Estudar Arquitetura e Urbanismo na UFOP

Depois dessa experiência no exterior eu posso dizer que os problemas que vejo na UFOP são mais problemas de educação no Brasil como um todo. Estamos numa fase muito ruim da educação no país, com pouco investimento em nível nacional gerando protestos em todos os cantos do Brasil, dos quais até eu mesma participei antes de vir para cá. Em nível estadual vemos os professores mal pagos e os severos descontos que o governo faz nos salários, usando ainda de propaganda enganosa para mostrar bom serviço no estado de Minas Gerais.
Primeiramente, um dos principais pontos positivos sobre o meu curso é: a arquitetura faz parte da Escola de Minas (http://www.em.ufop.br/em/apresentacao.php) que tem 136 anos de tradição e muito reconhecimento no Brasil, e posso dizer no exterior. Isso nos inclui como auxiliados pela Fundação Gorceix (http://www.gorceix.org.br/) que oferece muitas bolsas, seja permanência, carência, por mérito acadêmico (que eu já recebi), e também cursos de informática, aperfeiçoamento e línguas.
Arquitetura e Urbanismo é um curso novo na UFOP, sou integrante da segunda turma e até então não temos nenhuma turma formada.
http://www.em.ufop.br/dearq/quadro.html
http://arquiteturaufop.wordpress.com/

 As oportunidades de iniciação científica, monitorias e estágios relacionados à faculdade são muito grandes. Posso dizer por experiência própria, tendo desfrutado destas possibilidades desde o 1° período, no qual trabalhei na Prefeitura Universitária da UFOP. Já no 2° fui bolsista de iniciação científica pela UFOP em convênio com o CETEC de BH o que incluía monitoramento de cursos na Escola Estadual Dom Pedro II. No 3° período dei monitoria de Geometria Descritiva e depois recebi a bolsa de mérito acadêmico (a qual não requer nenhum trabalho para recebê-la, somente é uma bonificação por bom coeficiente: os cinco melhores de cada curso da Escola de Minas). No 4° período eu fui estagiária no Parque Metalúrgico de OP pela UFOP também, já no 5° eu fiquei mais sossegada pois estava me preparando para o intercâmbio e no momento sou bolsista voluntária de iniciação científica PIVIC, cujo projeto é relacionado à minha experiência numa faculdade no exterior. Por ter feitos uns cursos antes da faculdade como AutoCAD e Photoshop, entre outros, isso me ajudou a conseguir facilmente esses trabalhos. Por minha conta mesmo, e por um curto período de tempo trabalhei como editora de fotos num estúdio fotográfico. Mas de qualquer forma o anuncio eu vi na UFOP!

Nós agora temos o Arqjr de Projetos e Consultorias, isso foi uma grande conquista dos alunos. Tem o projeto TRILHOS desenvolvido pela própria UFOP que envolve estagiários de arquitetura e engenharia civil para aconselhamento na regularização das casas em OP, de acordo com as embargações na Prefeitura. Gente trabalhando na Secretaria de Patrimônio, gente trabalhando em prefeitura, gente trabalhando em escritórios privados. Tem tudo mesmo, e muita GENTE! No momento não consigo nem lembrar alguém na minha sala msm que não tenha feito NADA em relação a isso até agora.

Outro ponto muito importante são as possibilidades de mobilidade acadêmica. Há muitas possibilidades para universidades no Brasil e de intercâmbio internacional. Estou eu e mais duas amigas da minha sala há seis meses na Alemanha, em Dessau, estudando na Hochschule Anhalt DIA cujo campus inclui a BAUHAUS, porém são instituições separadas. Inclusive recebi uma bolsa intercâmbio pela Fundação Gorceix durante meus primeiros seis meses. Outra aluna veio da UFOP este período pra estudar aqui e está morando comigo. Dois alunos estavam em Lisboa, Portugal, período  passado e neste período mais uma, assim como quatro estão em Sevilla, Espanha.
Essas bolsas de iniciação científica são muito boas para poder conseguir um mestrado depois. Eu não pensava em mestrado antes de vir pra cá, mas o ensino aqui na Alemanha segue seguinte formatação: graduação em três anos e mestrado em dois, então na verdade eu estou fazendo mestrado aqui sem ter concluído a graduação. O primeiro motivo é esse da graduação aqui ser em tempo menor. O segundo é porque só o mestrado é internacional (em inglês).
Está sendo uma experiência fantástica conviver com tantas culturas diferentes, poder conhecer o mundo e outras visões de arquitetura!
Vou ficar aqui mais seis meses. Além de, na teoria, as disciplinas que estou fazendo serem aproveitadas pela UFOP eu vou poder voltar pra cá quando graduar e terminar meu mestrado em apenas um ano.
Recebi também um email do CNPq pois posso me candidatar à bolsa graduação sanduíche para o exterior, por ser bolsista de iniciação.
O interesse de cada um é o que conta, não é a faculdade que faz o aluno e sim o contrário, como já escutei várias vezes. Você tem sempre que correr atrás! O importante nisso tudo são as oportunidades, e saber aproveitar!
A questão da história e do patrimônio você vai vivenciar dia a dia na cidade, mas não é algo estudado muito a fundo na grade obrigatória do curso.
Entretanto você tem um leque de alternativas para ampliar seus conhecimentos na área que você mais se interessa ou até se você quiser ir tentando saber um pouco de tudo pra formar uma opinião. Nisso você pode aproveitar várias disciplinas facultativas ou eletivas pra preencher. Por exemplo eu já fiz toda a carga horária de eletivas que deveria fazer, incluindo História Geral da Arte (em Museologia), Projetos de Iluminação (Eng. Controle e Automação), Croquis do DEARQ mesmo e uma facultativa em Turismo chamada Educação Patrimonial.
Diz-se que foco é em metálicas por haver mestrado em estrutura metálicas e o curso esta estruturado meio que metade exatas e metade sociais.
Dentre os pontos negativos está a baixa carga horária do curso, entretanto estamos sempre cheios de coisas pra fazer.
Eu também não gosto da estrutura , mas novamente “penso” que é um problema educacional brasileiro esquema aqui é mil vezes melhor! Mas, um dos grandes motivos deles encorajarem esse intercâmbios é trazer melhorias para a faculdade! Espero ajudar quanto a isso! Esse seria também o lado ruim de estar na Escola de Minas, pois não temos o nosso próprio espaço para fazer nossas experiências, para ocupar, testar! Ficamos muito limitados.

Sabemos das grandes e renomadas universidades pelo Brasil, mas acho que não devemos nos agarrar tanto a isso porque agora eu vejo oportunidades para mim no mundo inteiro. Penso em voltar para Europa e trabalhar aqui! Sempre que me perguntavam pra onde eu iria depois de formar eu respondia: pra onde eu precisar ir! Pra mim o local onde você estuda não tem que ser necessariamente onde você trabalhará a vida toda, mas o local que te abre portas pra onde você precisar ir. E nada melhor como morar em lugares diferentes.